20101025

Pronto

Do alto vi esse homem desmedido e ritmado
de olhar baixo,
como quem procura centavos.
Imóvel e tenro,
ouvindo o mundo em fios e arranques de móveis.
Interno,
ao penetrar na derme das doloridas mortes.

Sua insistência é também esconderijo
do amarelo astro.
Sem quisto quando o aço
topa com a fria
carne cardíaca.

Impelido do olhar à espreita, sempre afastado, de lado,
contradireita.

Seu alvo era negro e bem desenhado
circular, desalmado.

Seu diálogo
era
cheio
de..
de pequenos titubeios.

Nas epifanias, tudo era de uma querida utopia.

E acreditava não ser mesmo daqui
ter vivido por alí, e até em si.

Mas de tudo que sei
seu elixir é o ir.
E quem sabe ao voltar,
seu semblante não mais diz:

- Nauseado existir!

*pranto

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