20100601

Navegantes I

à Ruan Luca
A faca que cravastes em meu flanco,
Ao silêncio da infantil confiança.
Trouxe-me uma dor, um intenso rancor,
Jazido pela tua mudança.

Minha reação pelo choque,
Foi atirar-te da mesma lâmina.
Temível ato, errôneo alvo,
Atingi tua coxa, tornas-te manco.

Ao fim de nossa vingança pela carne,
Enxergamos nossa barbária,
Ao reflexo de águas calmas,
- Fonte de pureza e sanidade,
De raras almas. -
E vimos com fascinação nossa misteriosa arte.

Há de convir que não somos céticos.
Os significados de nossos versos,
- Nem tão métricos -
Trazem nossa euforia, por ideais incompreendidos.
Ao olhar de meros andarilhos,
Parecemos tão iludidos.
Nossas complexas conspirações,
Alimentam nossa prece,
Enfim encontramos um revolto refúgio:
Delta S.

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